
O desejo de conhecer e vivenciar novas culturas já não é mais algo distante da realidade de muitos jovens brasileiros. Com a facilidade de se conectar com o mundo, através da internet, e a partir de incentivos das instituições de ensino, muitos estudantes tem procurado aprofundar seus conhecimentos fora do país e o intercâmbio ainda é a alternativa mais eficaz. Na lista dos mais visitados, os Estados Unidos aparece em segundo, perdendo apenas para o Canadá.
Existem diversas formas para realizar a nova “viagem dos sonhos”, como os cursos colegiais, para jovens entre 15 e 18 anos, o curso de idioma combinado, que oferece o estudo do vocabulário local e passeios para o aluno conhecer a cultura do país, e também o programa de férias, para pessoas acima de 14 anos. O que varia é a forma de hospedagem de cada pacote.
A estudante Rebeka Meirelles, 19 anos, teve a oportunidade de passar um ano e dois meses em Hudston, na Flórida no campus do Estudo Bíblico Palavra da Vida e trouxe muita história pra contar. – Minha adaptação foi muito boa, eu me surpreendi em quão bem fui recebida! Eles me ajudaram muito em relação à cultura, em me ajudar a entender a língua e perguntaram tudo sobre o Brasil. Só não gostei da comida, é tudo muito apimentada e artificial. – comenta.
Já Graziella Ramos, 21 anos, estudante de administração fez o intercâmbio por intermédio de uma agência especializada. Para ela, a parte mais complicada foi a sensação de estar perdido numa cidade diferente. – Eu fiquei na casa de uma família americana, tinha o pai, a mãe, uma filha da minha idade, um menino de 13 anos e o caçula de 8. No início é tudo novo e a gente se sente perdido, mas uma vez que você faz amizades, tudo fica mais fácil! – explica.
O planejamento de uma viagem como essas tem que ser feito com antecedência para que não aconteçam imprevistos desnecessários. As agências de intercâmbio dão dicas para os interessados para que eles saibam como agir em determinadas situações. As principais são: ter um dinheiro extra guardado de modo acessível, buscar informações básicas sobre a política, as leis e os costumes do destino desejado e sair do país com a vacinação em dia.
Letícia Marroquim, 20 anos, é estudante de comunicação e passou por algumas dificuldades nas primeiras semanas na Flórida, Estados Unidos. – Foi difícil me adaptar no começo, pois estava na casa de gente que eu não conhecia e que tinha uma cultura bem diferente. Na primeira semana eu chorei de saudade, mas minha “família americana” me acolheu bem e no final eu não queria voltar pra casa. – desabafa.
As três estudantes indicam o intercâmbio sem hesitar, e falam sobre se sentirem mais maduras após o período longe dos pais, e principalmente o fato de se acharem mais tranquilas para se adaptar a novas situações. Além disso, comentaram alegremente quando o assunto é o feijão brasileiro. – A saudade das pequenas coisas que não damos importância quando estamos no Brasil, principalmente a comida, o feijão com arroz... – brincou Graziella.
A Associação Brasileira de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta) realizou uma pesquisa e mapeou o mercado de educação internacional e intercâmbio no Brasil. A pesquisa alega que, no ano passado, o número de estudantes brasileiros que viajaram para o exterior chegou a 215 mil, e a previsão para este ano é que esse número avance para 282 mil. Ao listar os três países mais procurados, 90% das agências de intercâmbio citaram o Canadá como a primeira opção e os Estados Unidos chegaram em segundo com 70% da procura. O Reino Unido vem em terceira opção com 60%.
Por Marjorie Mendonça :: 4º Período de Jornalismo – UVA Cabo Frio
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