quarta-feira, 19 de junho de 2013

Moradores da Região dos Lagos se reúnem em Cabo Frio para protestar



Aderindo a onda de protestos, moradores vão as ruas para reduzir passagem de ônibus



Manifestantes saindo da Praça Porto Rocha. |
Foto Caroline Ramos
A manifestação estava marcada para sair as 17h da principal praça de Cabo Frio, mas desde manhã algumas ruas já estavam interditadas e diversos manifestantes já preparavam cartazes e discursos. A Praça Porto Rocha foi palco de uma das maiores reuniões da história da cidade, jovens, adultos, idosos e até mães com crianças de colo aderiram a onda de protestos pelo Brasil e foram participar da passeata contra a única empresa de ônibus da região, a rede Salineira.

A reinvindicação acontece por causa das tarifas elevadas das passagens de ônibus, sendo R$2,80 para a linha municipal e R$4,00 para a intermunicipal. Mesmo com a atual gestão oferecendo o recurso do “Cartão Dignidade”, que torna a tarifa municipal de Cabo Frio a R$0,50. 



O comércio local fechou as portas as 15h, acordo feito pela Associação Comercial, Industrial e Turística do município, algumas agências bancárias da Av. Assunção, que passa pela praça, colocaram tapumes para evitar qualquer tipo de degradação. 

Ponte Feliciano Sodré recebeu manifestantes durante a
noite. | Foto Caroline Ramos
Mais de 5 mil pessoas saíram em manifesto até a sede da empresa de ônibus, onde fizeram muito barulho com instrumentos musicais e gritos de ordem. Por volta das 18h, representantes da Salineira convidaram alguns manifestantes para dialogar.

O manifesto, acompanhado a todo instante pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal, foi pacífico até a explosão de dois pequenos artefatos não identificados pela polícia, que assustaram muita gente, e pelo atropelamento de um jovem. O motorista não prestou socorro e ainda não foi identificado pela polícia. O acidente aconteceu no final da tarde, na ponte Feliciano Sodré, após o carro furar o bloqueio dos manifestantes. Ary Valadares de Oliveira, de 20 anos, sofreu escoriações, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas passa bem e foi liberado no final da noite.

Manifestante de todas as idades

Valentina também levou cartaz.
Foto Arquivo pessoal
Daniela dos Santos, 22 anos, levou a filha Valentina Jazmín, de 1 ano e 3 meses, para o protesto. Para ela, é muito importante que a geração que está crescendo agora aprenda a questionar e enxergar a democracia de forma diferente. “A importância disso é, primeiro, eles aprenderem desde já a questionar a não apenas aceitar o que vem de cima - até mesmo dentro de casa. Nós hoje somos os filhos da revolução e nossos filhos serão a revolução cotidiana daqui por diante.” Defende a estudante de História. Além disso, Daniela diz que não se arrepende de ter levado a criança, embora muitos sejam contra. “Não me arrependi nem um pouco! E a gente tem que deixar de pensar que as crianças enquanto pequenas são “pequenas demais para determinadas coisas”. Essas determinadas coisas, muitas vezes, são as que farão falta mais tarde pois essa criança quando teve a oportunidade de interagir para aprender ela não interagiu. É aquele velho cliche: Educação vem de berço.” Acrescenta.

Janette Görtz, 57 anos, também esteve presente e acredita que a mobilização pode sim trazer bons resultados, mas com algumas condições. “Se voccê estiver acompanhando os noticiários, verá que ja surtiu efeitos, e grandes, em varias capitais, inclusive o RJ e SP. Agora quanto aqui, acredito que vá ficar um pouco mais complicado por causa de ser intermunicipal, cuja concessão é do Estado, e não Municipal. Cabe ao Governador conceder o mesmo desconto que foi feito no Rio para trens, metrô e barcas.” Explica a estudante de Serviço Social.


 Por Marjorie Mendonça :: 5º período de Jornalismo - UVA Cabo Frio