
Há pouco mais de três décadas, um grupo de cientistas americanos detectou o primeiro caso do Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV), em um animal que estava muito frágil e não resistiu. Assim como acontece com os seres humanos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), a AIDS Felina não tem cura, mas quando diagnosticada cedo, o animal pode levar uma vida controlada a base de medicamentos.
As diferenças entre a doença que se manifesta no homem e nos gatos são as formas de contágio e o tipo de vírus, que embora sejam da mesma subfamília (Lentivirinae) não são iguais. O FIV é transmitido por contato direto entre os felinos, através de brigas, pela saliva e até mesmo pela amamentação dos filhotes, por este motivo um animal infectado deve ser isolado dos demais, enquanto o HIV é transmitido pelas relações sexuais ou contato direto com o sangue.
Segundo a médica veterinária Dra. Gabriela Pereira de Andrade, poucos donos levam seus gatos aos especialistas quando estão doentes, e por este motivo poucos sobrevivem quando diagnosticados. Por ser uma doença que afeta a imunidade, os sintomas apresentados são consequências de outras infecções. – Normalmente o animal apresenta anorexia devido a falta de vontade de comer, fica mais apático e quieto. Mas isso só é percebido no gato de casa, pois aqueles que vão para a rua, costumam se esconder quando estão doentes. – explica ela, que já diagnosticou alguns felinos com FIV em Cabo Frio.
O tratamento dos gatos soropositivos é feito a base de vitaminas, antibióticos, vacinação periódica, e a dosagem de Interferon via oral para aumentar a imunidade. A veterinária explica que a castração ainda é a melhor forma de prevenção de doenças. – O gato castrado fica mais em casa, principalmente o macho, que costuma sair à procura da fêmea no cio. O animal foi feito para procriar, então castrado ele é inibido de fazer isso, evitando a exposição com outros já infectados (com a AIDS felina) e com outras doenças que podem passar para os donos. – lembra a Dra. Gabriela. Ao contrário da raiva e da toxoplasmose que são zoonoses, o FIV é um tipo de vírus que só afeta gatos.
No Brasil, o teste para a identificação da doença nos felinos é feito por etapas através da coleta sanguínea. É pedido um hemograma completo, onde se identifica se há ou não alterações no organismo, em seguida o exame chamado eletroforese de proteína, onde se faz o estudo da resposta imunológica do animal. Se persistir a hipótese de FIV, começam os testes sorológicos, o mais comum no Brasil é o ELISA, que detecta a presença de anticorpos contra a doença. Apesar de ser uma doença grave quando não detectada, os gatos podem e devem receber total atenção e carinho dos seus donos.
Por Marjorie Mendonça :: 4° período de Jornalismo/Cabo Frio

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