quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dança: do sonho à profissão


Lazer para muitos e trabalho árduo para outros 


Equipe de bolsista da Escola de Dança Marlon Rodrigues
É comum que a dança seja vista como um hobby, algo executado apenas para a sustentação de um prazer. Mas há aqueles que fazem da vida artística sua profissão e passam a depender dela tanto no aspecto emocional quanto no financeiro.

   Apesar da leveza e tranquilidade que um dançarino transmite para seus espectadores, enquanto está no palco, a vida de nenhum artista é fácil. “Qualquer um pode subir no palco, mas merecê-lo, e ainda mais, merecer os aplausos, requer muito trabalho e dedicação”, explica Gustavo Ribeiro, professor de dança de salão.


   Continuamente as pessoas idealizam ganhar dinheiro fazendo o que mais amam. Para muitos, isso não passa de um sonho, mas para profissionais do mundo artístico isso é o que se busca todos os dias. Essa conquista vem apenas depois de muita superação, quando se aprende a viver com sucessivos desafios e obstáculos.

  O controle corporal é um dos aspectos fundamentais para ser um bom dançarino. Dançar é não apenas passos ou a venda de uma aparência. Dançar é expressão da alma com o uso do corpo, é transformar o som da música em algo visível e tocável, e na dança de salão é, acima de tudo, companheirismo, confiança e ligação com seu parceiro. Um baila para o outro. É fundamental aprender a viver em conjunto - “Eu, essa palavra é tão feia. É preciso pensar no Nós!”, afirma Marlon Rodrigues, professor de dança de salão.  

   Há quem diga que a dança é a junção das artes. É essencial ter a sensibilidade do pintor, a encenação do ator, o ritmo do músico, e juntá-los em cada novo movimento. “É necessário ignorar a dor, o sono e os sentimentos ruins para transmitir o que a musica pede, se é para sorrir então sorria”, complementa Marlon.

    Todo artista quer ser reconhecido por sua arte, e talvez um dos maiores problemas da dança seja a falta de reconhecimento desta como profissão. “Imagine como minha mãe ficou quando eu disse que ia largar tudo para ser dançarino, ela que sempre me incentivou a estudar, sempre sonhou em ter um filho doutor”, diz Roberto Doria, musico e dançarino.

Academia, Escola ou Empresa?

    É muito difícil um profissional da dança viver apenas do palco. Esta carreira é cruelmente curta e momentânea. Um dançarino se submete a ensaios contínuos e exaustivos para poder subir no palco e ficar por minutos à frente da plateia. Em competições não importa o quanto se quer, mas sim o quanto se dança e o júri é cruel, pequenos erros podem por tudo a perder.

    Como busca por uma complementação de renda, um dançarino se torna professor. Ao invés de trabalhar com funcionários, é usado o sistema de bolsas que funciona como “troca de favores”: O professor oferece aulas para o aprendizado dos bolsistas, os quais devem ajudar a manter a escola funcionando.

    A convivência em uma escola de dança tem seus aspectos positivos e negativos. Funciona como uma empresa com regras a serem cumpridas, hierarquias a serem respeitadas e metas a serem alcançadas. Mas também como uma família, com um convívio continuo, união para formação de uma equipe, zelo e devoção ao grupo em que pertence. “Qualquer empresa tem seus problemas de administração, sendo que aqui é ainda mais difícil separar o pessoal do profissional, já que lidamos com sentimentos e eles refletem na dança”, fala Lívia Oliveira, administradora e dançarina da Escola de dança Marlon Rodrigues.

Por Priscilla Rayane :: 3º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio

 

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