Lazer para muitos e trabalho árduo para outros
Equipe de bolsista da Escola de Dança Marlon Rodrigues
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É
comum que a dança seja vista como um hobby, algo executado apenas para a
sustentação de um prazer. Mas há aqueles que fazem da vida artística sua
profissão e passam a depender dela tanto no aspecto emocional quanto no
financeiro.
Apesar da leveza e tranquilidade que um
dançarino transmite para seus espectadores, enquanto está no palco, a vida de
nenhum artista é fácil. “Qualquer um pode subir no palco, mas merecê-lo, e
ainda mais, merecer os aplausos, requer muito trabalho e dedicação”, explica
Gustavo Ribeiro, professor de dança de salão.
Continuamente as pessoas idealizam ganhar
dinheiro fazendo o que mais amam. Para muitos, isso não passa de um sonho, mas
para profissionais do mundo artístico isso é o que se busca todos os dias. Essa
conquista vem apenas depois de muita superação, quando se aprende a viver com
sucessivos desafios e obstáculos.
O controle corporal é um dos aspectos
fundamentais para ser um bom dançarino. Dançar é não apenas passos ou a venda de uma aparência. Dançar é
expressão da alma com o uso do corpo, é transformar o som da música em algo
visível e tocável, e na dança de salão é, acima de tudo, companheirismo,
confiança e ligação com seu parceiro. Um baila para o outro. É fundamental
aprender a viver em conjunto - “Eu, essa palavra é tão feia. É preciso pensar
no Nós!”, afirma Marlon Rodrigues, professor de dança de salão.
Há quem diga que a
dança é a junção das artes. É essencial ter a sensibilidade do pintor, a
encenação do ator, o ritmo do músico, e juntá-los em cada novo movimento. “É
necessário ignorar a dor, o sono e os sentimentos ruins para transmitir o que a
musica pede, se é para sorrir então sorria”, complementa Marlon.
Todo artista quer ser reconhecido por sua
arte, e talvez um dos maiores problemas da dança seja a falta de reconhecimento
desta como profissão. “Imagine como minha mãe ficou quando eu disse que ia
largar tudo para ser dançarino, ela que sempre me incentivou a estudar, sempre
sonhou em ter um filho doutor”, diz Roberto Doria, musico e dançarino.
Academia, Escola ou
Empresa?
É muito difícil um profissional da dança
viver apenas do palco. Esta carreira é cruelmente curta e momentânea. Um
dançarino se submete a ensaios contínuos e exaustivos para poder subir no palco
e ficar por minutos à frente da plateia. Em competições não importa o quanto se
quer, mas sim o quanto se dança e o júri é cruel, pequenos erros podem por tudo
a perder.
Como busca por uma complementação de renda,
um dançarino se torna professor. Ao invés de trabalhar com funcionários, é
usado o sistema de bolsas que funciona como “troca de favores”: O professor
oferece aulas para o aprendizado dos bolsistas, os quais devem ajudar a manter
a escola funcionando.
A convivência em uma escola de dança tem
seus aspectos positivos e negativos. Funciona como uma empresa com regras a
serem cumpridas, hierarquias a serem respeitadas e metas a serem alcançadas.
Mas também como uma família, com um convívio continuo, união para formação de
uma equipe, zelo e devoção ao grupo em que pertence. “Qualquer empresa tem seus
problemas de administração, sendo que aqui é ainda mais difícil separar o
pessoal do profissional, já que lidamos com sentimentos e eles refletem na
dança”, fala Lívia Oliveira, administradora e dançarina da Escola de dança
Marlon Rodrigues.
Por
Priscilla Rayane :: 3º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio
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