Nascido
em Niterói, mas trazido para Cabo Frio aos três anos de idade, Luiz Claudio F.
Lopez, de 53 anos, trabalha há mais de 30 anos na banca de jornal que herdou da
família. Acompanhando as modificações nos jornais e nas novas mídias, o
jornaleiro observou uma mudança no público dos impressos, que segundo ele, se
transformou devido às novas tecnologias. “Os jornais marcaram a história do
Brasil e do mundo e a população local não tem o hábito de ler, de se interar
como devia ser feito. Hoje, se os impressos quiserem vender muito, são
basicamente voltados para as promoções e brindes. Outro fator que aumenta a
procura são manchetes relacionadas a tragédias. O público se modificou muito
com o passar dos anos, assim como as vendas, que caíram bastante” analisou.
Já o
jornaleiro Aguinaldo dos Santos Costa, de 43 anos, nascido e criado em Cabo
Frio, acredita que a internet modificou muito a maneira de passar as
informações, comprometendo as vendas dos jornais e afetando as bancas. Porém,
segundo ele, ainda existem os leitores apegados ao papel, que asseguram o
futuro do impresso. “O público mudou muito com o passar dos anos. A internet
foi o principal fator dessa mudança. Hoje, as notícias são dadas com rapidez e
não precisam esperar até o dia seguinte. Mas ainda existe um público fiel, que
gosta do jornal impresso e que acompanha diariamente essas notícias vinculadas
nos jornais. As vendas caíram, mas não acredito que eles (os impressos) tenham
um fim” disse o cabofriense.
MUDANÇA NA FORMA DE LEITURA
Os
jornais e livros sempre foram formas de adquirir conhecimento e ler notícias.
Com a facilidade de se obter informações através da internet, que, com a ajuda
da tecnologia, promove uma revolução a cada dia na maneira de interagir e se
comunicar, é possível se conectar a diversos locais e culturas estando no mesmo
lugar e de forma ágil.
Muito
apegado aos livros, Rudá Muniz, de 23 anos, é estudante de Comunicação Social.
Por falta de tempo e em busca de comodidade, mesmo se identificando com os
impressos, o morador de São Pedro da Aldeia tem lido notícias com frequência na
internet, mas não acredita que essa mudança de comportamento acabe com os jornais
tradicionais. “Leio jornais tanto online
quanto impressos. Dou a mesma credibilidade para ambos, pois os dois têm coisas
boas e ruins. Na internet, você tem que buscar a notícia, tem mais chance de se
distrair, de se dispersar e não acaba vendo tudo o que veria em um jornal, em
que você se concentra para ler, foca só naquilo. Em contrapartida, prefiro ler
livros de papel, mas tenho lido vários no computador ou através do tablet. Isso
(de acabar) é muito relativo, acho que os dois meios são muito úteis” afirmou.
Diana
Damasceno, formada em jornalismo e letras, atua como professora e tem enorme
bagagem como jornalista e radialista. Tendo acompanhado o processo de adaptação
e modificação dos veículos impressos, ela não se posiciona totalmente sobre o
futuro dos mesmos, pois acredita que com o tempo os leitores vão se acomodar
com as novas tecnologias, podendo acabar com a tradição. “Acho que o jornalismo
impresso tem futuro, apesar de todas essas mídias digitais que estão
aparecendo, mas acredito que ele deve ser revisto, deve se repaginar. Cada vez
mais as cabeças, chamadas cabeças digitais, pessoas que vivem a tecnologia,
querem informações com velocidade. E isso é impressionante, porque as crianças
estão cada vez mais com a cabeça digital. Se o jornal impresso não se “reconfigurar”
vai ser complicado” comentou Diana, pesquisadora e consultora de mídia digital.
Por
Gustavo Garcia :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio
Nenhum comentário:
Postar um comentário