quarta-feira, 24 de outubro de 2012

E os impressos, sobrevivem à tecnologia?


Desde os primórdios da existência humana, o homem, que é um ser sociável por natureza, teve de se agrupar para garantir proteção e sobreviver. E a necessidade de se comunicar deu origem a escrita, que consiste em um sistema de signos gráficos utilizados para transmitir mensagens. A invenção da prensa móvel permitiu a produção de livros e jornais em larga escala. Contudo, com o surgimento da internet e das novas técnicas, estes veículos de comunicação estão cada vez mais ameaçados.

Nascido em Niterói, mas trazido para Cabo Frio aos três anos de idade, Luiz Claudio F. Lopez, de 53 anos, trabalha há mais de 30 anos na banca de jornal que herdou da família. Acompanhando as modificações nos jornais e nas novas mídias, o jornaleiro observou uma mudança no público dos impressos, que segundo ele, se transformou devido às novas tecnologias. “Os jornais marcaram a história do Brasil e do mundo e a população local não tem o hábito de ler, de se interar como devia ser feito. Hoje, se os impressos quiserem vender muito, são basicamente voltados para as promoções e brindes. Outro fator que aumenta a procura são manchetes relacionadas a tragédias. O público se modificou muito com o passar dos anos, assim como as vendas, que caíram bastante” analisou.


Já o jornaleiro Aguinaldo dos Santos Costa, de 43 anos, nascido e criado em Cabo Frio, acredita que a internet modificou muito a maneira de passar as informações, comprometendo as vendas dos jornais e afetando as bancas. Porém, segundo ele, ainda existem os leitores apegados ao papel, que asseguram o futuro do impresso. “O público mudou muito com o passar dos anos. A internet foi o principal fator dessa mudança. Hoje, as notícias são dadas com rapidez e não precisam esperar até o dia seguinte. Mas ainda existe um público fiel, que gosta do jornal impresso e que acompanha diariamente essas notícias vinculadas nos jornais. As vendas caíram, mas não acredito que eles (os impressos) tenham um fim” disse o cabofriense.

MUDANÇA NA FORMA DE LEITURA
Os jornais e livros sempre foram formas de adquirir conhecimento e ler notícias. Com a facilidade de se obter informações através da internet, que, com a ajuda da tecnologia, promove uma revolução a cada dia na maneira de interagir e se comunicar, é possível se conectar a diversos locais e culturas estando no mesmo lugar e de forma ágil.
Muito apegado aos livros, Rudá Muniz, de 23 anos, é estudante de Comunicação Social. Por falta de tempo e em busca de comodidade, mesmo se identificando com os impressos, o morador de São Pedro da Aldeia tem lido notícias com frequência na internet, mas não acredita que essa mudança de comportamento acabe com os jornais tradicionais.  “Leio jornais tanto online quanto impressos. Dou a mesma credibilidade para ambos, pois os dois têm coisas boas e ruins. Na internet, você tem que buscar a notícia, tem mais chance de se distrair, de se dispersar e não acaba vendo tudo o que veria em um jornal, em que você se concentra para ler, foca só naquilo. Em contrapartida, prefiro ler livros de papel, mas tenho lido vários no computador ou através do tablet. Isso (de acabar) é muito relativo, acho que os dois meios são muito úteis” afirmou.
Diana Damasceno, formada em jornalismo e letras, atua como professora e tem enorme bagagem como jornalista e radialista. Tendo acompanhado o processo de adaptação e modificação dos veículos impressos, ela não se posiciona totalmente sobre o futuro dos mesmos, pois acredita que com o tempo os leitores vão se acomodar com as novas tecnologias, podendo acabar com a tradição. “Acho que o jornalismo impresso tem futuro, apesar de todas essas mídias digitais que estão aparecendo, mas acredito que ele deve ser revisto, deve se repaginar. Cada vez mais as cabeças, chamadas cabeças digitais, pessoas que vivem a tecnologia, querem informações com velocidade. E isso é impressionante, porque as crianças estão cada vez mais com a cabeça digital. Se o jornal impresso não se “reconfigurar” vai ser complicado” comentou Diana, pesquisadora e consultora de mídia digital.

Por Gustavo Garcia :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio

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