quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Guerreiros do quadro negro

Os desafios enfrentados pelo professor e a esperança no futuro




No dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor no Brasil. Nessa mesma data no ano de 1827, Dom Pedro I decretou a criação do ensino elementar no país, porém apenas 120 anos depois desse decreto é que começamos a comemorar o Dia do Professor por aqui. 

O profissional da educação é marcado pela sua importância e também pela falta de reconhecimento que recebe. Com salários baixos e por vezes condições precárias de trabalho, luta com bastante dificuldade para mudar a situação educacional do país. Ana Cristina Bezerra, professora há 17 anos, aponta também a ausência de incentivo à capacitação e de atualização acadêmica como um dos grandes problemas da educação. Segundo ela, a falta de apoio desmotiva os profissionais da área.

Falta de apoio também é o que Fábio Costa, de 22 anos, sentiu ao decidir seguir a carreira de professor. “Quando contei para o meu pai o que eu planejava fazer ele ficou louco. Disse que era profissão de mulher e que eu ia morrer de fome com o salário.” Conta o estudante de letras.

O medo com relação às finanças infelizmente é uma realidade da profissão. De acordo com uma pesquisa que visa traçar o perfil do professor, realizada pela UNESCO em 2004, a grande maioria dos docentes tem renda familiar situada entre 2 a 10 salários mínimos. Arnaldo Niskier, Doutor em Educação pela UERJ, mostra grande preocupação com esse problema: “Os nossos professores, em todos os graus, recebem salários miseráveis. Como é que se vai mudar a face do país sem professores e especialistas estimulados, com salários compatíveis com a dignidade humana?"

Porém mesmo com todas as dificuldades, a maioria dos profissionais permanece bastante confiante em dias melhores. A professora Ana Cristina Bezerra declara que o amor ao ato de educar é o grande estimulo a seguir na carreira. “O ato de ajudar na formação de um cidadão mais consciente e capaz de transformar a sociedade, para que possam pensar mais no coletivo é o que me motiva.” Fábio Costa faz coro: “A grande motivação que tenho em trabalhar como professor vem do fato de ter sempre sonhado em mudar o mundo, e o ato de ensinar, de mudar aquelas crianças é de certa forma um ato de mudar um pouco do mundo. Me sinto um verdadeiro guerreiro do quadro negro ao pensar que estou fazendo o meu papel para termos um mundo melhor”.

Por Luiza Gallagher :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio

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