Os desafios enfrentados pelo professor e a esperança no futuro
No dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor
no Brasil. Nessa mesma data no ano de 1827, Dom Pedro I decretou a criação do
ensino elementar no país, porém apenas 120 anos depois desse decreto é que
começamos a comemorar o Dia do Professor por aqui.
O profissional da educação é marcado pela sua
importância e também pela falta de reconhecimento que recebe. Com salários
baixos e por vezes condições precárias de trabalho, luta com bastante
dificuldade para mudar a situação educacional do país. Ana Cristina Bezerra,
professora há 17 anos, aponta também a ausência de incentivo à capacitação e de
atualização acadêmica como um dos grandes problemas da educação. Segundo ela, a
falta de apoio desmotiva os profissionais da área.
Falta de apoio também é o que Fábio Costa, de
22 anos, sentiu ao decidir seguir a carreira de professor. “Quando contei para
o meu pai o que eu planejava fazer ele ficou louco. Disse que era profissão de
mulher e que eu ia morrer de fome com o salário.” Conta o estudante de letras.
O medo com relação às finanças infelizmente é
uma realidade da profissão. De acordo com uma pesquisa que visa traçar o perfil
do professor, realizada pela UNESCO em 2004, a grande maioria dos docentes tem
renda familiar situada entre 2 a 10 salários mínimos. Arnaldo
Niskier, Doutor em Educação pela UERJ, mostra grande preocupação com
esse problema: “Os nossos
professores, em todos os graus, recebem salários miseráveis. Como é que se vai
mudar a face do país sem professores e especialistas estimulados, com salários
compatíveis com a dignidade humana?"
Porém mesmo com todas as dificuldades, a maioria dos profissionais permanece
bastante confiante em dias melhores. A professora Ana Cristina Bezerra declara
que o amor ao ato de educar é o grande estimulo a seguir na carreira. “O ato de ajudar na formação de um cidadão mais
consciente e capaz de transformar a sociedade, para que possam pensar mais no
coletivo é o que me motiva.” Fábio Costa faz coro: “A grande motivação que
tenho em trabalhar como professor vem do fato de ter sempre sonhado em mudar o
mundo, e o ato de ensinar, de mudar aquelas crianças é de certa forma um ato de
mudar um pouco do mundo. Me sinto um verdadeiro guerreiro do quadro negro ao
pensar que estou fazendo o meu papel para termos um mundo melhor”.
Por Luiza Gallagher :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo
Frio
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