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Árvore
derrubada impediu passagem
em Cabo Frio
(Foto:Tomás Baggio)
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Nos
últimos meses, a Região dos Lagos tem sido surpreendida com fortes tempestades,
que, além de granizo e fortes chuvas, trouxeram rajadas de vento que chegaram a
100 km/h. Os temporais causaram falta de energia nas cidades, ruas alagadas, casas
destelhadas, árvores e postes derrubados, além de inúmeros desabrigados e
desalojados, o que acarretou prejuízos aos moradores.
Essa
desordem do clima na região, não seria uma mudança climática, segundo a Doutora
em meteorologia e Coordenadora do IEAPM/MB (Instituto de Estudos do Mar
Almirante Paulo Moreira/Marinha do Brasil), em Arraial do Cabo, Tania Ocimoto
Oda, o clima é definido como uma condição média do tempo, uma mudança climática
seria a alteração dessas condições médias e, para isso ser avaliado, é
necessário analisar um período entre 20 e 30 anos para verificar durante esses
anos o clima de certo lugar, e concluir se o clima mudou ou não. Entretanto,
existem oscilações, de altos e baixos, que são esperadas, pois fazem parte do
clima, sendo assim, consideradas normais. Esses temporais ocorridos na Região dos
Lagos acontecem eventualmente, não é uma normalidade da região, mas, até certo
ponto, são avaliados como normais, pois alguns extremos sempre são previstos. Porém,
quando esses eventos começam a acontecer repetidamente, durante certo período,
será necessário dar uma atenção maior e avaliar a causa desses acontecimentos.
Ainda
segundo a meteorologista, o tempo na região depende de vários fatores, como a
circulação do planeta, além de questões mais locais como a temperatura da água
do mar. E, às vezes, diversos desses fatores acontecem ao mesmo tempo, resultando
assim, em um temporal.
Já
o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) ressalta que o motivo das pancadas
de chuvas isoladas na região se deve pela aproximação de uma frente fria com a
formação de um sistema de baixa pressão atmosférica. Ou seja, uma frente fria é
uma zona de transição de duas massas de ar, uma quente, que é substituída por
outra que é fria. Essa passagem das massas é um processo natural da atmosfera
para suprir o contraste de temperatura do planeta. Então, o ar frio e seco,
mais carregado, empurra com uma velocidade de até 64 km/h a massa quente e menos
densa para cima, provocando uma queda rápida de temperatura junto ao solo. Entretanto,
se houver umidade suficiente, a passagem da frente fria ocasiona chuvas fortes,
além de granizos, trovões e raios. E as regiões mais atingidas por esse
acontecimento são o Sudeste e o Sul. Por essa razão, podemos considerar os
episódios passados de temporais como isolados, e não uma alteração climática.
Prejuízos
ocasionados pelos temporais na Região dos Lagos
O
primeiro vendaval ocorreu em Julho deste ano, em dois dias choveu mais que o dobro da média prevista para o
mês. Por onde passou, a tempestade deixou um panorama de enorme
destruição. Araruama, Cabo Frio e Iguaba Grande decretaram estado de
emergência. Em Araruama, mais de 600
casas foram destelhadas, deixando inúmeros desalojados. Cabo Frio também deixou
cerca de quatro mil pessoas com prejuízos, resultando em inúmeros desabrigados
e mais de 100 famílias desabrigadas, além de árvores arrancadas, postes de
fiação elétrica derrubados, e bairros alagados. Em Iguaba Grande, um hospital
teve que ser fechado por ter sido destelhado e alagado. Já em São Pedro da
Aldeia, mais de 200 pessoas tiveram que deixar suas casas, por alerta de
desabamento. Em Arraial do Cabo, o prejuízo foi menor, deixando poucos
desalojados, além da falta de energia que permaneceu por horas.
Em
setembro, a região dos lagos foi surpreendida novamente por outro temporal.
Em Araruama, oito casas foram destruídas e 50 destelhadas, e 47 árvores foram
derrubadas. Já em Cabo Frio, cinco casas foram devastadas e 15 destelhadas, além
de 20 quedas de árvores, grande parte na Praça Porto Rocha, no centro; e dois
postes de luz derrubados. Em São Pedro,
vários bairros foram alagados, além de postes e árvores caídas. Já em Arraial
do Cabo, 13 pessoas ficaram desalojadas e árvores arrancadas.
O
INMET já alertou o estado do Rio de Janeiro para possíveis temporais, ainda
neste ano, que serão provocados por uma passagem de frente fria.
Por
Hallana Faria – 6º período de Jornalismo – UVA – Cabo Frio
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