O Movimento Outubro Rosa
passou, porém, a luta contra o câncer de mama continua. O câncer de mama é o mais incidente em
mulheres, a neoplasia que a cada dia afligem mais mulheres no Brasil, chega a
ser o segundo tipo mais frequente no mundo. De acordo com o Instituto Nacional
do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), foram estimados até o final de
2012, cerca de 52.680 novos casos do câncer de mama. Visto que é a causa mais constante
de morte por câncer em mulheres, as taxas de mortalidade dessa neoplasia no
Brasil continuam altas, provavelmente porque a doença só é diagnosticada em
fases avançadas. O tempo de sobrevida das mulheres após a análise depende do
estágio em que a doença é detectada, quanto mais cedo se descobre, maiores são
as chances de controle e de cura. Entretanto, ainda há dúvidas sobre qual
método de diagnóstico é indicado: mamografia ou ultrassonografia mamária, a
diferença destes exames ainda confunde as mulheres.
A mamografia é um tipo de
radiografia específica, executada em aparelhos próprios para avaliação das
mamas. Ela é solicitada pelo médico para identificar pequenas lesões nas mamas.
De acordo com o FDA, órgão americano de vigilância sanitária, a mamografia pode
detectar um câncer de mama até dois anos antes de se tornar palpável. Assim,
ela é o método mais eficaz de diagnóstico para detecção de câncer de mama, após
os 40 anos, e deve ser feita anualmente. Mesmo sendo limitada, ela é a única a
conseguir detectar microcalcificações, que são diminutas imagens calcificadas,
que dependendo de sua forma e distribuição na mamografia, podem indicar a
presença de um câncer inicial, com grande potencial de cura. Por serem muito
pequenas, as microcalcificações geralmente não podem ser detectadas pelo
ultrassom, a não ser quando se encontram dentro de nódulos. Por isso, ela é o
único método já comprovado, por vários estudos, que pode diminuir a taxa de
mortalidade.
Entretanto, o exame não é
capaz de diferenciar os tumores em císticos (normais) e sólidos (podem
corresponder a tumores), e em casos de mamas muito densas, a mamografia também
pode não detectar um nódulo que possa estar escondido. Nestes casos, a ultrassonografia
se faz necessária, pois múltiplos estudos demonstraram que a ultrassonografia
mamária realizada em mamas densas pode detectar cânceres pequenos, não vistos
na mamografia. Portanto, a ultrassonografia veio para diminuir as cirurgias
desnecessárias ocasionadas pelas dúvidas no resultado da mamografia. Além de
diferenciar os tumores de císticos, ela acrescenta informações sobre o tipo de
nódulo sólido, ajudando o médico a diferenciar entre benignos e malignos. O
exame também não oferece riscos nocivos à saúde. Segundo a ultrassonografista
Patrícia Duarte Vianna, na maioria das vezes, a ultrassonografia é solicitada
quando existe aparecimento de formações anormais nas mamas e, assim, ela
detecta se o nódulo é mesmo um tumor, ou apenas um cisto. São, portanto, exames
complementares, um não invalida o outro.
Ainda de acordo com a
ultrassonografista, muitas mulheres acima dos 40 anos, optam por fazer a
ultrassonografia antes da mamografia por ser mais acessível, além de ser
indolor, e esta atitude é um erro muito comum cometido pelas mulheres. A
ultrassonografia só é aconselhável para mulheres abaixo dos 40 anos, porém,
quando o exame mostra alguma alteração na mama, o paciente é encaminhado para
fazer a mamografia e, de acordo com as características daquele nódulo, se faz a
biópsia. Mesmo sendo eficazes na detecção, esses exames não são capazes de dar
o diagnóstico do câncer, mas sim o histopatológico, ou seja, a biópsia, que
também pode ser realizada por meio de um aparelho específico de
ultrassonografia.
Atualmente, há também a
mamografia digital, ela é feita da mesma forma que a convencional, porém, ela
permite uma visualização mais detalhada da mama em menos tempo de exposição à
radiação, além de ser mais confortável que a tradicional. O aparelho que
realiza a mamografia digital é ligado a um computador, o qual permite aumentar,
diminuir, clarear ou escurecer a imagem da mama, tornando a imagem mais fácil
de ser interpretada. Mulheres com mamas mais densas ou grandes também podem
optar por esse exame.
Como a mamografia, a ultrassonografia
também possui outras modalidades para realizar o exame, porém, só o médico pode
solicitar o tipo de ultrassonografia a ser feita.
Por Hallana Faria –
Jornalismo - 6º período
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