quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ultrassonografia mamária ou mamografia, qual é a mais indicada?


O Movimento Outubro Rosa passou, porém, a luta contra o câncer de mama continua.  O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, a neoplasia que a cada dia afligem mais mulheres no Brasil, chega a ser o segundo tipo mais frequente no mundo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), foram estimados até o final de 2012, cerca de 52.680 novos casos do câncer de mama. Visto que é a causa mais constante de morte por câncer em mulheres, as taxas de mortalidade dessa neoplasia no Brasil continuam altas, provavelmente porque a doença só é diagnosticada em fases avançadas. O tempo de sobrevida das mulheres após a análise depende do estágio em que a doença é detectada, quanto mais cedo se descobre, maiores são as chances de controle e de cura. Entretanto, ainda há dúvidas sobre qual método de diagnóstico é indicado: mamografia ou ultrassonografia mamária, a diferença destes exames ainda confunde as mulheres. 


A mamografia é um tipo de radiografia específica, executada em aparelhos próprios para avaliação das mamas. Ela é solicitada pelo médico para identificar pequenas lesões nas mamas. De acordo com o FDA, órgão americano de vigilância sanitária, a mamografia pode detectar um câncer de mama até dois anos antes de se tornar palpável. Assim, ela é o método mais eficaz de diagnóstico para detecção de câncer de mama, após os 40 anos, e deve ser feita anualmente. Mesmo sendo limitada, ela é a única a conseguir detectar microcalcificações, que são diminutas imagens calcificadas, que dependendo de sua forma e distribuição na mamografia, podem indicar a presença de um câncer inicial, com grande potencial de cura. Por serem muito pequenas, as microcalcificações geralmente não podem ser detectadas pelo ultrassom, a não ser quando se encontram dentro de nódulos. Por isso, ela é o único método já comprovado, por vários estudos, que pode diminuir a taxa de mortalidade. 

Entretanto, o exame não é capaz de diferenciar os tumores em císticos (normais) e sólidos (podem corresponder a tumores), e em casos de mamas muito densas, a mamografia também pode não detectar um nódulo que possa estar escondido. Nestes casos, a ultrassonografia se faz necessária, pois múltiplos estudos demonstraram que a ultrassonografia mamária realizada em mamas densas pode detectar cânceres pequenos, não vistos na mamografia. Portanto, a ultrassonografia veio para diminuir as cirurgias desnecessárias ocasionadas pelas dúvidas no resultado da mamografia. Além de diferenciar os tumores de císticos, ela acrescenta informações sobre o tipo de nódulo sólido, ajudando o médico a diferenciar entre benignos e malignos. O exame também não oferece riscos nocivos à saúde. Segundo a ultrassonografista Patrícia Duarte Vianna, na maioria das vezes, a ultrassonografia é solicitada quando existe aparecimento de formações anormais nas mamas e, assim, ela detecta se o nódulo é mesmo um tumor, ou apenas um cisto. São, portanto, exames complementares, um não invalida o outro.

Ainda de acordo com a ultrassonografista, muitas mulheres acima dos 40 anos, optam por fazer a ultrassonografia antes da mamografia por ser mais acessível, além de ser indolor, e esta atitude é um erro muito comum cometido pelas mulheres. A ultrassonografia só é aconselhável para mulheres abaixo dos 40 anos, porém, quando o exame mostra alguma alteração na mama, o paciente é encaminhado para fazer a mamografia e, de acordo com as características daquele nódulo, se faz a biópsia. Mesmo sendo eficazes na detecção, esses exames não são capazes de dar o diagnóstico do câncer, mas sim o histopatológico, ou seja, a biópsia, que também pode ser realizada por meio de um aparelho específico de ultrassonografia.

Atualmente, há também a mamografia digital, ela é feita da mesma forma que a convencional, porém, ela permite uma visualização mais detalhada da mama em menos tempo de exposição à radiação, além de ser mais confortável que a tradicional. O aparelho que realiza a mamografia digital é ligado a um computador, o qual permite aumentar, diminuir, clarear ou escurecer a imagem da mama, tornando a imagem mais fácil de ser interpretada. Mulheres com mamas mais densas ou grandes também podem optar por esse exame.

Como a mamografia, a ultrassonografia também possui outras modalidades para realizar o exame, porém, só o médico pode solicitar o tipo de ultrassonografia a ser feita. 

Por Hallana Faria – Jornalismo - 6º período 

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