quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Soldados da próxima página


As dificuldades enfrentadas pelos novos escritores da Região.

Igor Moreno (à esq.) e Tom Aragutti (à dir.) provam
que escritores não vivem em isolamento
 
Espadas, adagas, batalhas colossais, dragões e cavaleiros, elementos que não compõem a noção de realidade que estamos habituados a ver e que fazem o estresse de um engarrafamento diário parecer capricho de criança de cinco anos de idade. São universos paralelos ao nosso, lugares onde conseguimos ir apenas durante os sonhos mais fantasiosos ou quando abrimos as primeiras páginas de um livro.

Não seria novidade constatar o fato de que cada dia mais, em um mundo onde final de semana é sinônimo de balada e churrasco com a galera significa “pegação”, os jovens têm optado menos por viver as aventuras que antes encontrávamos nos livros.

Na Região dos Lagos, assim como no geral, não poderia ser diferente. Ao voltar à atenção ao Município de Cabo Frio, que tem crescido ao longo dos últimos anos, é inevitável encontrar aqueles que contrariam todas as estatísticas à procura de reconhecimento, para si próprios e para o lugar onde vivem.


Estes desafiadores dos padrões não se contentam somente em “devorar” artigos, contos, sagas, monografias ou teses. Como também sentem a necessidade de provar que qualquer um - Venha ele de onde venha, seja quem for e faça ele o que fizer -, pode escrever seu nome na contra-capa de um livro.

Thom Aragutti, de 21 anos, estudante de engenharia e Igor Moreno, 22 anos, professor de inglês, fazem parte da minoria que vêm se espalhando de forma assustadora na cidade: ambos são jovens autores. Thom, que está se preparando para o lançamento de seu primeiro livro “O Anjo Caído”, diz que o amor pela leitura foi uma espécie de herança de família e que este sentimento o fez sofrer grande preconceito por parte dos amigos na infância. O rapaz acrescenta que ser escritor é um estilo de vida, uma vez que ganhar dinheiro com a venda de livros se torna imensamente difícil quando o retorno de direitos autorais é tão baixo no nosso país.

Mantendo opiniões bem parecidas, ainda que com sua a originalidade, Igor Moreno, autor do livro “Space Dragon”, também alega ter criado a paixão por livros e afins quando criança, dizendo ser dotado de uma criatividade inata e que a leitura é uma forma de alimentar a curiosidade. – Os livros são uma espécie de “X-Tudo” para a mente, mas sem o perigo de ataque cardíaco ou obesidade, alega o professor, sem hesitar.

Ambos começam sua carreira sem ter a certeza de um retorno, mas não escondem a euforia por fazer parte desse universo que tantos desconhecem. Eles colocam a internet como importante responsável no desenvolvimento de seu interesse literário, evitando que o contato com os amigos se tornasse escasso, mesmo durante a produção de uma obra.

Sem deixar de lado a alegria e energia próprias da juventude, Igor Moreno e Thom Aragutti são somente mais dois exemplos do que uma pessoa é capaz, independente de suas limitações ou da visão que os outros terão sobre ela.


Por Letícia Ferreira :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio

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