As dificuldades enfrentadas pelos novos escritores da Região.
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Igor Moreno (à esq.)
e Tom Aragutti (à dir.) provam que escritores não vivem em isolamento |
Espadas,
adagas, batalhas colossais, dragões e cavaleiros, elementos que não compõem a
noção de realidade que estamos habituados a ver e que fazem o estresse de um
engarrafamento diário parecer capricho de criança de cinco anos de idade. São
universos paralelos ao nosso, lugares onde conseguimos ir apenas durante os
sonhos mais fantasiosos ou quando abrimos as primeiras páginas de um livro.
Não
seria novidade constatar o fato de que cada dia
mais, em um mundo onde final de semana é sinônimo de balada e churrasco com a
galera significa “pegação”, os jovens têm optado menos por viver as aventuras
que antes encontrávamos nos livros.
Na
Região dos Lagos, assim como no geral, não poderia ser diferente. Ao voltar à
atenção ao Município de Cabo Frio, que tem crescido ao longo dos últimos anos, é inevitável encontrar aqueles que contrariam todas as estatísticas à
procura de reconhecimento, para si próprios e para o lugar onde vivem.
Estes
desafiadores dos padrões
não se contentam somente em “devorar” artigos, contos, sagas, monografias ou
teses. Como também sentem a
necessidade de provar que qualquer um - Venha ele de onde venha, seja quem for
e faça ele o que fizer -, pode escrever seu nome na contra-capa de um livro.
Thom Aragutti, de 21 anos, estudante de engenharia e Igor Moreno, 22 anos, professor de inglês, fazem parte da minoria que vêm se espalhando de forma assustadora na cidade: ambos são jovens autores. Thom, que está se preparando para o lançamento de seu primeiro livro “O Anjo Caído”, diz que o amor pela leitura foi uma espécie de herança de família e que este sentimento o fez sofrer grande preconceito por parte dos amigos na infância. O rapaz acrescenta que ser escritor é um estilo de vida, uma vez que ganhar dinheiro com a venda de livros se torna imensamente difícil quando o retorno de direitos autorais é tão baixo no nosso país.
Mantendo
opiniões bem parecidas, ainda que com
sua a originalidade, Igor Moreno, autor do livro “Space Dragon”, também
alega ter criado a paixão por livros e afins quando criança, dizendo ser dotado
de uma criatividade inata e que a leitura é uma forma de alimentar a
curiosidade. – Os livros são uma espécie de “X-Tudo” para a mente, mas sem o perigo de ataque cardíaco ou
obesidade, alega o professor, sem hesitar.
Ambos começam sua
carreira sem ter a certeza de um retorno, mas não escondem a euforia por fazer
parte desse universo que tantos desconhecem. Eles colocam a internet como
importante responsável no desenvolvimento de seu interesse literário, evitando
que o contato com os amigos se tornasse escasso, mesmo durante a produção de
uma obra.
Sem deixar de lado a alegria
e energia próprias da juventude, Igor Moreno e Thom Aragutti são somente mais
dois exemplos do que uma pessoa é capaz, independente de suas limitações ou da
visão que os outros terão sobre ela.
Por
Letícia Ferreira :: 4º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio
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