sexta-feira, 10 de maio de 2013

Estresse: o mal da vida moderna

Três a cada dez brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao estresse
 
 
O estresse é o grande vilão da modernidade,
principalmente no ambiente de trabalho (Foto- Thinkstockphotos)
Dormir tarde, acordar cedo, trânsito congestionado, trabalho puxado, barulho, trânsito de novo, chegar em casa e mais trabalho a ser feito, essa é a rotina de grande parte da população brasileira e também um grande risco à saúde. De acordo com um levantamento realizado pela International Stress Managemente Association (Associação Internacional do Controle do Estresse) o Brasil é o segundo país com o maior nível de estresse do mundo. De cada dez trabalhadores, três pelo menos sofrem da chamada síndrome de Burn Out, esgotamento mental intenso causado por pressões no ambiente profissional.
O estresse é responsável por inúmeros problemas de saúde e vem sendo apontado como o grande vilão dos tempos modernos. Além de provocar aceleração dos batimentos cardíacos, aumento de peso, falta de concentração e irritabilidade, pode também potencializar ou até mesmo causar problemas mais sérios como úlcera, infarto, aumento da taxa glicêmica, entre outros. Muitas doenças psicossomáticas vêm de fatores relacionados ao estresse.

Professora Marinela Therezo
(Foto: Luíza Gallagher)
O aumento repentino da taxa glicêmica foi o que chamou a atenção da professora Marinela Therezo, 52 anos, para o problema de estresse que enfrentava. “Um dia chegando no trabalho desmaiei e me levaram para o médico. Fiz vários exames e foi constatado que eu estava com labirintite e quase diabética, logo eu que nem gosto de doce e que sempre mantive uma alimentação regular, ‘como assim?’ Foi então constatado que era devido ao estresse do trabalho”, explica ela.
De acordo com o levantamento realizado pela Associação Internacional do Controle do Estresse, o esgotamento físico e mental é mais comum em profissionais que lidam diretamente com o público, como médicos, professores e enfermeiros. E a pressão no trabalho é a grande causadora desse mal. Pressão que Marinela afirma ter sentido: “Na época em que fiquei doente eu tinha duas turmas de educação infantil e trabalhava na coordenação, resumindo era muito trabalho e pouco tempo e eu sempre fui muito perfeccionista, exigia muito de mim.”
Não só as cobranças internas e externas, mas também o medo de perder o emprego faz com que as pessoas acabem cobrando mais de si. De acordo com a psicóloga Daniela Magalhães, há quinze anos no ramo, associação de um chefe autoritário com o medo de perder o emprego e a ambição de crescer tornam a situação estressante.”
Muitos associam o estresse aos grandes centros urbanos, porém, cidades pequenas com sol, praias e belas paisagens como as da Região dos Lagos também apresentam um número alto de casos. “A nossa sociedade capitalista gera uma competitividade muito grande. O estresse é um indicador de que o ser humano não está conseguindo equilibrar todas as questões das quais ele deve dar conta e isso ocorre em grandes metrópoles ou mesmo na Região dos Lagos.”, diz Daniela. Mesmo com todos os atrativos para ser um local de relaxamento as situações que causam o estresse também existem nesse paraíso.
O ideal é ficar atento nos sintomas como, por exemplo, a falta de atenção, o esquecimento, a irritação excessiva. “A pessoa estressada começa a não dar conta dos seus compromissos e só repara quando o outro sinaliza ou quando acaba havendo perdas por conta desse esquecimento e desatenção”, explica a psicóloga.
Daniela aponta que em primeiro lugar é importante questionar se o trabalho está satisfazendo as necessidades, te deixando feliz, pois quando você faz o que gosta, faz com prazer. É essencial também tentar manter um bom relacionamento com colegas de trabalho e com o chefe, apesar da competitividade, o ambiente deve permanecer em harmonia e uma boa forma de fazer isso é conviver fora do espaço de trabalho com esses colegas. Assim, o clima ficará mais descontraído entre todos da empresa.
Outra questão apontada pela psicóloga é as instituições oferecerem aos seus funcionários um momento de folga dentro do horário de trabalho. Ela afirma: “Cinco minutinhos de folga, seja para uma ginástica laboral, ou seja, pra tomar um café é bom para descontrair, refletir e se distrair um pouco. Já foi comprovado que essa prática é benéfica e que quando o trabalhador volta, ele vem mais motivado, mais calmo e mais focado no trabalho.”
Por fim, ter algum tipo de hobby ajuda a prevenir o estresse de acordo com ela. “As pessoas precisam ter um momento de lazer, criar algum momento durante a semana para realizar algo que a relaxe. Seja um passatempo, um passeio, um esporte ou qualquer coisa que a distraia da rotina. O principal remédio contra o estresse é o prazer.” Completa a psicóloga.
Por Luíza Gallagher :: 5º período de Jornalismo – UVA Cabo Frio