Dossiê da Mulher 2013 revela as estatísticas da
violência em todo o Estado
O
cenário de violência contra a mulher ainda faz parte, em números expressivos,
da realidade do país. O Dossiê Mulher, documento divulgado pelo Insituto de
Segurança Pública (ISP), traz as informações relativas a esse tipo de violência
no Estado do Rio de Janeiro anualmente. O objetivo desse levantamento é criar
uma base de argumentos para facilitar a elaboração de políticas públicas mais
eficientes voltadas para a prevenção e repressão dos crimes contra a mulher.
São
cinco formas de avaliar a violência: física, patrimonial, sexual, moral e
psicológica. Em 2012, o registro de violência física foi o maior dentre essas
categorias, atingindo 36%, seguido pelos registros de violência psicológica,
35%, e a violência moral, com 22%. A violência sexual e patrimonial somaram 7%
nos dados do Dossiê da Mulher. Ao todo foram contabilizados 162.112 registros
de ocorrência. Na Região dos Lagos, o número de casos chegou a 4.369, sendo Cabo
Frio e Araruama os municípios com maior número de denúncias. Foram
31% e 25% respectivamente.
A delegada Claudia Faissal da 132ª DP, em Arraial do Cabo, acredita que a criação de políticas públicas de conscientização é o melhor caminho para tirar a mulher e o agressor do cenário de violência. “A violência doméstica independe de classe social, embora nas classes sociais mais elevadas ela possa ficar mais camuflada por que a pessoa evita expor a situação. Uma mulher de classe alta tem para onde ir, então se ela apanhou, se ela quiser ela pode sair dali, tem como se sustentar sozinha. Na classe mais baixa, elas se sujeitam a algumas situações por medo de não terem como se sustentar. Por isso a necessidade de se criar políticas públicas para tentar resolver essas questões.” Explica.
A Lei
Maria da Penha deu a mulher a possibilidade da vítima pedir medidas protetivas
com urgência que dão condições para ela se manter tranquila por algum período.
Essas medidas, que vão desde o pedido de afastamento do agressor até auxílios
financeiros básicos, serão analisadas,
e chega até o juíz. Se forem concedidas, elas serão informadas ao autor da
agressão.
Atendimento e procedimentos básicos
Em
Cabo Frio e região, as vítimas podem
procurar o CRAM para receberem orientações ou ir direto à delegacia. No
primeiro caso, a mulher é acolhida pela equipe, recebe todas as orientações
necessárias e fica a critério dela se vai prosseguir ou não com a denúncia.
Prosseguindo, o CRAM encaminha para a DP, a mulher (vítima??) passa pelo
processo do registro de ocorrência, é encaminhada para o IML, caso haja
necessidade de perícia, e normalmente são pedidas as medidas protetivas via
Ministério Público. A passagem pelo CRAM garante um acompanhamento da equipe
durante todo o processo.
CRAM
Cabo Frio
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Parte da equipe do CRAM Cabo Frio. Foto: Marjorie Mendonça |
“Hoje a gente tem mais
de 1.070 mulheres em atendimento. Algumas usuárias antigas, desde 2008,
vem ao CRAM e não conseguiram ainda sair dessa situação de violência, por mais
que nós tenhamos mostrado os caminhos. Só que aqui a gente não desanima,
continua acolhendo essa mulher e dando o atendimento necessário.” Acrescenta
Lívia Guimarães.
Além do endereço físico,
o CRAM busca expandir e divulgar suas campanhas através do “Dia da Beleza” em
diversas áreas de Cabo Frio. De maneira sutil, chega até os moradores através
de prestações de serviço.
Para outras informações,
o CRAM fica na Rua Nossa Senhora Aparecida, nº
325 - Parque Central, em Cabo Frio.
Por Marjorie Mendonça :: 5º Período de Jornalismo – UVA Cabo Frio